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Como a escola se propõe a ensinar meu filho?

Essa pergunta rara há tempos, hoje é muito comum entre pais que procuram por escolas que ofereçam propostas pedagógicas diferenciadas e ensino condizente com as exigências dos dias atuais. Vemos, também, que teóricos da educação trazem estudos demonstrando a necessidade de se propor espaços educativos onde os estudantes sejam ativos em todo o processo.

Esse fundamento teórico pode ser encontrado nos documentos oficiais de Estado, como nas Diretrizes Curriculares Nacionais ou na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que, ao nortearem a Educação Básica, evidenciam a necessidade do emprego de uma diversidade metodológica e a promoção do protagonismo juvenil. A importância deste protagonismo pode ser observada, pois conta com cerca de 15 citações na BNCC do Ensino Médio e mais de 50 na versão voltada aos anos iniciais e Ensino Fundamental. Esse conceito denota que o processo educativo deve ser centrado no estudante, tornando-o ativo em sua própria aprendizagem, a partir do desenvolvimento da autonomia e permitindo a escolha de itinerários formativos, contribuindo para a construção de seu Projeto de Vida.

No entanto, entre a teoria e a prática, entre a proposta pedagógica da escola e a sala de aula existe um processo complexo com inúmeras variáveis, pois é preciso considerar a formação dos professores, a produção de livros didáticos, os materiais apostilados de sistemas de ensino e os diversos sujeitos envolvidos, como pais, estudantes, professores, coordenadores e demais atores da educação. Embora os documentos oficiais apontem para um caminho inovador, o ensino tradicional pautado no professor como transmissor do conhecimento e o estudante como receptor passivo ainda prevalece. Essa manutenção de um modus operandi não é mais tão efetivo por diversas razões, indo desde as salas de aula lotadas, a estudantes com pouca perspectiva de futuro, falta de motivação para a aprendizagem, além da manutenção de licenciaturas que privilegiam a formação pautada na transmissão.

No entanto, empregar novas práticas não é um processo fácil. Muitos pais e estudantes que se deparam com professores inovadores têm insegurança, pois não encontram respaldo em seu arcabouço cultural, já que muitos aprenderam na perspectiva do ensino tradicional, que apesar de ser atualmente criticado, foi o que nos trouxe até aqui.
Porém, não podemos desconsiderar as mudanças geracionais que, inclusive, levam a conflitos cotidianos. Assim, temos uma questão fundamental: como aprende a “Geração Z”?

Para saber como ensinar um determinado grupo, uma maneira eficiente é saber como este se comporta. Os jovens da “Geração Z” são multitarefa, conectados, consomem conteúdos de mídias sociais e, especialmente, de plataformas de streaming como o YouTube. Parte destes jovens exercerá profissões que ainda não existem, muitos querem empreender e a maioria não se vê trabalhando a vida toda em uma mesma empresa.

Conhecendo algumas características da geração, podemos buscar como promover a Aprendizagem Ativa partindo de teóricos da Psicologia da Educação que fundamentam propostas pedagógicas, planos de aula e até projetos políticos-pedagógicos de escolas (PPP). Pesquisadores como Lev Vygotsky, referência para o socioconstrutivismo com seus estudos voltados para a área do desenvolvimento do aprendizado e a conexão com as relações sociais durante o processo de ensino-aprendizado, ou David Ausubel que descreve a Aprendizagem Significativa como o processo envolvendo a interação da nova informação abordada com a estrutura cognitiva do aluno, ou seja, que considera o conhecimento prévio do indivíduo como ponto de partida para um novo conhecimento. Ausubel define o conceito de “subsunçor” que também pode ser entendido como uma âncora, elemento fundamental onde novos conhecimentos interagem e se consolidam.

Tais estudos auxiliam, por exemplo, na aprendizagem de Ciências Exatas, por permitirem que muitas abstrações possam ser superadas por meio de modelos ou experimentos. A Geração Z pode, ainda, ser beneficiada através da mediação e facilitação da aprendizagem pelo uso de objetos educacionais, especialmente, os tecnológicos digitais como vídeos, animações, simuladores, games e estes podem ser apresentados, por exemplo, por meio da realidade aumentada ou virtual. Estes elementos, além de convergir com os interesses dos estudantes, podem representar subsunçores, promovendo a interação, a manipulação e a construção de pontes conceituais entre o abstrato e o concreto, funcionando como ferramentas-chave entre as diversas estratégias pedagógicas que o professor pode utilizar a fim de promover a aprendizagem efetiva.

Assim, na sua próxima visita à escola, pergunte à coordenação quais elementos possibilitam a implementação da proposta pedagógica.

Clique nos hiperlinks e saiba mais sobre as referências. Conheça, também, os documentos oficiais nos links abaixo:

Marco legal Novo Ensino Médio
Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio