Uma reflexão sobre a educação atual e o mercado de trabalho em 2030

Um estudo realizado pelo Institute for the Future (IFTF) para Dell Technologies apontou que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram criadas. Apesar de muitos detalhes sobre essas novas profissões ainda não estarem claros, não restam dúvidas de que a revolução digital continuará sendo a força motriz para essa importante transformação. Como pai de 2 meninos que enfrentarão esse novo cenário logo no início de suas carreiras profissionais, me pergunto: estamos formando adequadamente a geração que desembarcará neste novo mercado de trabalho?

Até 2030, calcula-se que 16 milhões de brasileiros sofrerão mudanças em suas carreiras por conta dos avanços tecnológicos. Desde 2010, o número de robôs industriais cresce ao ritmo médio de 9% ao ano. Além disso, projeta-se que seis entre dez trabalhos podem ter 30% de suas atividades automatizadas. Diante da evidência de que o processo de transformação digital é um caminho sem volta, torna-se primordial focar esforços no desenvolvimento de competências que viabilizem a integração eficiente e segura entre humanos e máquinas.

A capacidade de adaptação à modernização dos meios de trabalho e estudo serão cruciais para que profissionais possam entrar e prosperar no mercado. Fica evidente, portanto, a necessidade de uma profunda e urgente revisão em atuais modelos de formação de jovens e crianças, que ainda se encontram vinculados a modelos educacionais desconexos.

Neste contexto, as escolas deveriam, por exemplo, passar a ensinar aos alunos desde os ciclos iniciais COMO aprender e não O QUE aprender. O desenvolvimento de competências como autonomia, criatividade, lógica, inteligência emocional, capacidade de julgamento somado ao conhecimento tecnológico deveriam ser as bases fundamentais do aprendizado para melhor preparar os alunos de hoje a ingressar de forma segura e capacitada no mercado de amanhã. Em suma, saber aprender por meio de plataformas físicas e digitais e criar nexo com os diversos conhecimentos adquiridos será mais importante que dominar a fundo um determinado tema ou disciplina.

Ao voltarmos o olhar para o mercado de trabalho, observamos que a maioria das empresas ainda priorizam o conhecimento técnico durante o processo de contratação de pessoas. Simultaneamente, essas mesmas empresas demitem grande parte de seus colaboradores por problemas comportamentais, não técnicos. Ao cruzarmos esse contexto com o cenário projetado de mercado para 2030, fica ainda mais evidente que precisamos promover mudanças de pensamento e atitudes nas bases e nas pontas dessa cadeia, ou seja, da formação educacional básica à atuação profissional.

Essa reflexão me permite concluir que o nosso papel nesse cenário estará principalmente relacionado a capacidade de integrar pessoas e tecnologias de forma inteligente e harmônica. Para que isso ocorra de forma bem-sucedida, é primordial que as escolas dediquem maiores esforços no desenvolvimento das competências socioemocionais e incluam ferramentas digitais de maior experimentação prática. Assim, acredito que teremos uma geração de profissionais melhor preparados para desembarcar no mercado de trabalho futuro.

A XPerience Extended Reality é uma edtech especializada em realidade aumentada com a missão de tornar o processo de ensino-aprendizagem mais atual, prático e divertido.