A adoção massiva de recursos digitais se tornou realidade para a maioria da população mundial que se encontra em situação de confinamento por conta da pandemia de Covid-19. Seja para trabalhar, socializar, consumir ou estudar, todos, em algum momento, terão que recorrer a ferramentas digitais para realização de atividades cotidianas.
Neste texto, darei maior atenção à importância da tecnologia Realidade Aumentada no contexto educacional, uma vez que milhões de crianças e jovens encontram-se afastados do ambiente escolar e precisam manter-se conectados e motivados nos estudos ainda que remotamente.
Engajar alunos em um modelo de ensino à distância é um dos maiores desafios enfrentados por escolas de todo o mundo. Um dos principais motivos, é a falta de recursos digitais que despertem interesse nos alunos.
Neste contexto, a Realidade Aumentada pode ser fundamental uma vez que viabiliza a transformação de métodos tradicionais em formatos mais inovadores, divertidos e atrativos. Além de oferecer aos alunos a oportunidade de desenvolver uma compreensão mais profunda sobre diversos conceitos, esse tipo de recurso também os encoraja a fazer perguntas e a investigar mais à fundo sobre o que estão aprendendo. Eles têm a oportunidade de realizar virtualmente experiências que seriam muitas vezes impossíveis em situações reais como, por exemplo, uma atividade de prática laboratorial com manipulação de elementos radioativos ou ainda um passeio de foguete pelo sistema solar.
No entanto, nota-se ainda a predominância de modelos com abordagens teóricas e analógicas no meio educacional, que não despertam interesse nos alunos. Por outro lado, um importante movimento com propostas baseadas em metodologia ativa felizmente ganha cada vez mais força no mercado. Como pode-se inferir, este modelo propõe expor o aluno a papéis de maior protagonismo, estimulando a investigação, experimentação e debate tanto dentro como fora de sala de aula. Assim, o estudante consegue se envolver mais e fixar melhor o conteúdo, resultando em melhor aproveitamento durante o curso.
Outro ponto que vale destacar, é que estudantes geralmente apresentam algum grau de insegurança quando se deparam com novos desafios durante sua trajetória educacional. Nesses casos, a incorporação de tecnologias imersivas como a Realidade Aumentada pode ajudá-los a não apenas simular algo virtualmente e com absoluta segurança, como principalmente aprender de forma mais profunda novos conteúdos através da experimentação. Por exemplo, tente imaginar a pressão que um estudante de medicina deve enfrentar quando encontra um caso crítico pela primeira vez. Uma compreensão equivocada sobre algum conceito ou procedimento pode não apenas arruinar sua carreira profissional no futuro como principalmente custar vidas. Ao simular virtualmente a mesma situação por meio de uma aplicação de realidade aumentada, é possível se preparar melhor e então reduzir de forma expressiva o risco de cometer erros em procedimentos com pacientes reais.
Para concluir, acredito que virão mudanças definitivas na maneira como as pessoas interagem com recursos digitais em suas vidas depois que essa crise passar. Não será diferente no contexto educacional. Ficará ainda mais evidente a importância da adoção de ferramentas como Realidade Aumentada, que permitem a combinação de teoria e prática. Assim, mesmo em situações que exijam distanciamento social, será possível manter a fluidez do processo de aprendizagem.